Carlo Ginzburg no seu livro Mitos, Emblemas e Sinais, nos fala sobre o paradigma indiciário, ou seja, analisar as fontes através dos indícios. Ainda nessa obra ele comenta a respeito do surgimento dessa teoria, através do italiano Giovanni Morelli (1816-1891), um crítico de arte, que escrevia artigos sobre a veracidade das obras. Alguns historiadores de arte consideravam sua análise de “método morelliano”, segundo o crítico, diversos quadros foram atribuídos autoria incorretas e para devolver aos verdadeiros criadores, era preciso uma análise bastante detalhada. Era necessário examinar os pormenores mais negligenciáveis, e menos influenciados pelas características da escola a que o pintor pertencia, detalhes como os lóbulos das orelhas, as unhas, formato dos dedos das mãos e dos pés. Com essa técnica ele propôs dezenas de novas atribuições em alguns dos principais museus da Europa. Esse mesmo método indiciário de Morelli influenciou o médico Arthur Conan Doyle (1859-1930), a criar o Sh...