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Sapatos

Já tive muitos sapatos em minha vida, quando jovem alguns deles foram um perfeito encaixe, pareciam criados de forma única para os meus pés juvenis, eles tinham opinião, eu poderia andar com eles quase que seguindo seus passos firmes. Depois com um pouco mais de tempo, eles já não serviam mais, apertavam, pois meus pés cresciam, depois ficaram finos, pois meus pés estavam largos, ou às vezes frouxos porque meus pés estavam magros, seja como for, eles não cabiam mais, e fui mudando os gostos, desfilando em outras modas, experimentando novas cores, até porque meus pés já andavam rápidos demais e não aceitavam sapatos velhos. Quando fiquei mais madura, porque pés não envelhecem apenas caminharam demais, eu já andava quase que descalça, alguns sapatos não cabiam, ficavam sem jeito em meus pés agora tão voluntariosos, sapatos novos recém-lançados não me agradavam, são sempre tão parecidos com os outros, sinto que todos estão com os mesmos pés, fiz péssimas escolhas no inicio, mas depois aprendi que esses sapatos são massificados, fabricados em conjunto e por isso não tem firmeza no andar, depois conheci alguns sapatos de brechó, mas eles estavam cheios de manias, espaços já prontos na fôrma cansada e meus pés não conseguiam ficar neles. Depois de tantas sapatarias resolvi que meu andar precisa estar descalço, com os pés no chão sentindo a terra, para saber onde posso pisar, sentindo as pedras que devo desviar e onde devo ter equilíbrio no chão liso, porque somente pés vividos podem escolher os sapatos certos.

Roberta Kelly B. de Freitas.

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